terça-feira, 15 de janeiro de 2008

AS TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA. Ahhhh???

Algumas leituras realmente me fazem refletir e por isso trouxe para este espaço alguns fragmentos do livro As Tecnologias da Inteligência de Pierre Lévy, que aponta algumas cincunstâncias geradoras das tranformações e esboça um pensamento otimista quanto ao resultado da evolução do coletivo frente aos avanços das tecnologias que para Lévy não são apenas informacionais são intelectuais.No entanto gostaria de ter uma boa pergunta para poder investigar a relação destas tranformações com a constituição das identidades neste consciente, incosciente coletivo...

AS TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA – O futuro do pensamento na era da informática (Pierre Lévy)

Novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo das telecomunicações e da informática. As relações entre os homens, o trabalho, a própria inteligência dependem, na verdade da metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, visão, audição, criação, aprendizagem são capturados por uma informática cada vez mais avançada.

O século XX só elaborou reflexões profundas sobre motores e máquinas operatrizes, enquanto que a química, os avanços da impressão, a mecanografia, os novos meios de comunicação e de transporte, a iluminação elétrica transformaram a forma de viver dos europeus e desestabilizaram os outros mundos.

É certo que a escola é uma instituição que há cinco mil anos se baseia no falar/ditar do mestre, na escrita manuscrita do aluno e, há quatro séculos, em uso moderado da impressão.
Ora, tentarei mostrar neste livro que não há informática em geral, nem essência congelada do computador, mas sim um campo de novas tecnologias intelectuais, aberto, conflituoso e parcialmente indeterminado.

Ao desfazer as ecologias cognitivas, as tecnologias intelectuais contribuem para fazer derivar as fundações culturais que comandam nossa apreensão do real.
O que acontece com a distinção bem marcada entre o sujeito e o objeto do conhecimento quando nossos pensamento encontra-se profundamente moldado por dispositivos materiais e coletivos sociotécnicos?

Ao desenvolver o conceito de “ ecologia cognitiva, irei defender a idéia de um coletivo pensante homens-coisas, coletivo dinâmico povoado por singularidades atuantes e subjetividades mutantes, tão longe do sujeito exangue da epistemologia quanto das estruturas formais dos belos dias do “pensamento 68”( "esquerda heideggeriana francesa")

Quanto valeria um pensamento que nuca fosse transformado por seu objeto? Talvez escutando as coisas, os sonhos que as precedem, os delicados mecanismos que as animam, as utopias que elas trazem atrás de si, possamos aproximar-nos ao mesmo tempo dos seres que as produzem, usam e trocam, tecendo assim o coletivo misto, impuro, sujeito-objeto que forma o meio e a condição de possibilidade de toda comunicação e todo pensamento.