segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

De onde vem este medo?


CONTINUAÇÃO - PÓS-MODERNIDADE E CONHECIMENTO: educação, sociedade, ambiente e comportamento humano (Ernâni Lambert, Humberto calloni, Maíra Baumgarten, Ivalina Porto)


“...Na ótica da globalidade, o Estado-Nação está em declínio porque novas formas de poder estão sendo estabelecidas.


Através de uma visão de criticidade, deverá estar novos modos de pensar, ler o mundo, gerar conhecimento e conduzir o processo ensino-aprendizagem.
Considera que há multicamadas de interpretar a realidade e que a dúvida é condição indispensável para a reflexão.


Observa-se que há uma reviravolta na concepção de ciência e no conceito de verdade; uma tendência para a indeterminação; uma ameaça aos valores da cultura humanista; um reforçado aumento no grau de fragmentação, pluralismo, ecletismo e individualismo; isso ocorre, principalmente, em virtude das mudanças ocorridas no trabalho e na tecnologia.


Os efeitos perversos do não cumprimento das “ promessas da modernidade”São promessas de: igualdade, fraternidade, justiça, direitos humanos, liberdade e paz.


O mundo vive uma preocupação exagerada com o progresso. A pobreza e a exclusão se espalharam por todos os continentes, atingindo mais a população com menos escolaridade. A exclusão social, inverso de integração social, é produto de construção social. Tem múltiplas causas e pode afetar o cidadão econômica, política, social, educacional, digital e culturalmente. Conforme Dupont e Ossandon, “ o homem subverteu profundamente o seu ambiente graças à tecnologia, mas, em retorno, a tecnologia, modificou, no ser humano, as maneiras de agir, de pensar e de entrar em contato com o mundo”(1998:107)...”


O ser humano é hoje inflado pelas TICs (tecnologias de informação e comunicação). Acredito que o ser humano assimila tudo a sua volta, de forma consciente ou não, e que de alguma forma macera, aprimora, exclui, agrega, transforma este “tudo” em expressões do viver, assim, nos flashs comunicacionais temos uma mídia relata mais a violência e o caos mais do que qualquer coisa, então como poderemos viver sem medos e nos concentrar na construção de seres-humanos mais otimistas, versáteis e evoluídos?

4 comentários:

Suzana Gutierrez disse...

Oi!

Respondendo a tua solicitação lá na lista. Achei esta tua reflexão meio 'taquigráfica', isto é, as idéias estão aí, mas poderiam ser aprofundadas e encadeadas.

Eu (junto com Harvey, Lyon e outros) não considero que haja uma ruptura entre a modernidade e o que estão chamando pós-modernidade. Para mim há uma continuidade.

A mudança ocorre por conta do desenvolvimento do capitalismo, por meio de suas cíclicas crises. E é este contexto que falta na reflexão. Ciência, tecnologia, cultura estão colonizadas pelo modo de produção capitalista.

O giro alucinado da mercadoria e dos mercados imprime um ritmo próprio a tudo: a mercadoria é descartável, os desejos são efêmeros, o presente se eterniza, anulando passado e futuro.

Para não alongar o comentário, te recomendo uma leitura que eu penso ser essencial este assunto: Condição Pós-moderna, do David Harvey.

Na minha dissertação tem um capitulo que aborda este contexto, tb.

abraço

Marli Fiorentin disse...

Oi Maurício!
Muito bom esse tema. Acho que esse medo está associado à insegurança. Nada é certo nesse mundo em que vivemos, em constante mudança. O que é hoje, amanhã provavelmente está ultrapasado, inclusive valores. E nunca nos sentimos preparados para simplemente viver, na simplicidade do compartilhar momentos felizes com as pessoas que gostamos. Sempre existe a angústia de saber mais e ter mais. Trabalhar mais, para poder ter mais; estudar mais, para saber mais, para poder disputar um lugar entre os que sabem mais, para quem sabe ter chance de ganhar mais e assim ter mais. Que aflição! Acho que precisamos passar por um processo de valorização do ser em detrimento do ter. Valorizar as relações humanas, nos contentarmos mais com o que temos de graça.Enfim ,tentar simplificar a vida para nos livramos de tantos medos.

No caminho com Maiakóvski


Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Congresso Internacional do Medo
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.

Carlos Drummond de Andrade

Abraço

edublogger disse...

Maurício, creio que li apresaadamente o posst e acabei interpretando de forma equivocada. mas de qualquer forma, a idéia vale. BJ

Eliz Leal! disse...

Além de aplaudir sua iniciativa em divulgar textos de extrema importância para o enriquecimento do diálogo entre o desconhecido e o conhecimento, aproveito para solicitar ajuda. Anseio por um direcionamento... qualquer coisa que defina os "marcadores lógico-semânticos". Conhecer a respeito, será de suprema importÂncia para a conclusão do meu trabalho de pesquisa. Desde já te agradeço e aguardo retorno, ansiosamente!

Elizete!